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RESILIENTE HISTÓRIA DE UM CORAÇÃO COM GRATIDÃO – Por Elaine Gomes

Em 2004, aos 27 anos, fui diagnosticada com a doença de Chagas. Tive que escolher entre dois caminhos: desesperar-me e entregar-me à doença, ou levantar a cabeça, dar a volta por cima e enfrentá-la. Não é difícil adivinhar o que escolhi não é mesmo? Comecei meu tratamento imediatamente, sempre muito bem assistida e com o apoio da minha família (o que foi essencial).

Em 2005 fiz o primeiro Estudo Eletrofisiológico, apesar de ser constatado que eu tinha o protozoário, ele não estava mais reagente. Mas já estava instalado no coração o mal que a doença poderia causar: arritmias e o aumento significativo do miocárdio. A essa altura, os sintomas começaram a ficar mais intensos.

Em 2009 foi indispensável o implante de marcapasso. Melhorou minha qualidade de vida naquele momento, mas como nem tudo são flores, eu vi minha condição piorar ao longo dos onze anos e meio de tratamento. A Insuficiência Cardíaca era presença constante, rapidamente chegou em um estágio avançado. Não tinha forças para nada, absolutamente nada! Durante as crises de insuficiência, eu passava de sete a dez dias internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ali era ministrado uma medicação para fortalecer meu coração, porém, chegou um momento em que os remédios já otimizados pararam de fazer efeito.

Em janeiro de 2014, o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (CDF) entrou em minha vida. Estava em um hospital de referência , depositei minha fé e confiança nas mãos da equipe médica, enfermeiros e auxiliares.

Em janeiro de 2015, fui diagnosticada com Caquexia Cardíaca – sindrome na qual se observa a perda da massa muscular, com consequente prejuízo da mobilidade e da capacidade funcional do paciente. Meu coração passou a inibir a fome para não consumir energia com a digestão, devido a isso emagreci 17kg. Fiquei muito debilitada e mais fraca do que já me encontrava. Mas não perdia a esperança que tudo iria ficar bem. Em agosto do mesmo ano, em uma consulta de rotina, meu médico, com muita cautela, falou que meu caso era de transplante, mal sabia ele, que era justamente isso que eu queria ouvir. Fui providenciando tudo o que era necessário para entrar na Lista Nacional de Espera e isso ocorreu no dia 15 de outubro de 2015.

No dia 22 de Outubro veio mais uma crise de Insufiência Cardíaca, achei que não suportaria. Dessa vez fui para a emergência do ICDF, foram dias angustiantes e quase me entreguei. Cheguei a pedir que me mandassem pra casa, pois queria estar ao lado da minha família. Não sabia que meu coração já estava a caminho. E no dia 27, o milagre aconteceu. Apenas três letras, SIM. Uma familia autorizou a Doaçao. Foi um misto de sentimentos, algo inexplicável. Nove horas de cirurgia, e nota 10 para a equipe de transplante.

A partir daí, tive altos e baixos, mas nada tira minha força e vontade de viver. Temos problemas? Sim, muitos! O segredo é encará-los e seguir adiante. O mais difícil já consegui, está aqui dentro do meu peito: meu coração. Cuido dele com muito carinho, porque para mim é uma jóia rara. Sou só Gratidão, especialmente à familia que autorizou a doação.

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