Antes de qualquer coisa acontecer e até mesmo antes de eu ser diagnosticado com doença renal crônica, eu já falava que seria doador de órgãos e que apoiava muito esta causa. O tempo foi passando e eu sempre afirmando isso, então, há 15 anos, fui diagnosticado com rins policísticos.
Desde o início fui informado que com o tempo a doença iria se agravar e eu precisaria fazer hemodiálise e transplante. Durante esse tempo, segui tendo os cuidados indicados pela equipe médica e em tratamento conservador da doença renal, sempre estive pronto e aceitando os futuros tratamentos, sempre pensei em buscar o melhor para manter-me saudável e bem. Em 2019, os médicos ainda não queriam que eu começasse a dialisar, porém, os sintomas estavam se agravando e sentia que precisava, pois estava com anemia crônica e falta de ar. Com isso, entrei para fila de espera para receber um novo rim, uma grande esperança começou a fazer parte de mim.
Passaram-se 40 dias e ligaram-me, fui chamado pela primeira vez para talvez receber meu transplante, o que não deu certo. Passado mais uns dias, chamaram-me novamente e mais uma vez não consegui, porém a esperança sempre fez parte de mim.
Até que em maio, ligaram-me e lá fui eu novamente, mas por uma coincidência enorme que além de trazer-me vida, trouxe união entre mim e meu primo. Uma pessoa que sempre gostei muito, entretanto há tempos não nos víamos e nem nos falávamos. Quando eu estava chegando no hospital, meu primo apareceu e ficamos espantados, nós dois questionamos o porquê cada um estava lá. Ele logo respondeu que faria o transplante, eu respondi que também estava lá pelo mesmo motivo.
Conversamos um pouco, ele em um estado constante de alegria, e eu com esperança, porém sabendo que podia não dar certo. Conversamos sobre essa possibilidade, já que era a primeira vez que ele estava sendo chamado para fazer o transplante. Mas meu primo sempre otimista dizia que ia dar certo que nós dois faríamos o transplante. Isso aconteceu durante a manhã, durante a tarde fizemos alguns exames e aproveitamos o tempo que estivemos juntos para conversarmos, matar a saudade e relembrar momentos do passado, pois não sabíamos o que passávamos e nem o estado de saúde um do outro.
Deram-nos a notícia que faríamos o transplante no mesmo momento, ficamos o mesmo tempo internados, entramos pela mesma porta sem saber que o outro fazia lá. Saímos juntos, felizes e comemorando uma nova vida, uma grande emoção. Hoje além de meu primo, é meu irmão de rim. Foi realmente incrível!
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