Tenho 56 anos e sou transplantado de medula óssea há 4 anos. Em 2015, fui diagnosticado com Aplasia Medular Severa, nessa fase cheguei a receber a maior doação de sangue de um paciente na história do Mato Grosso do Sul. Com o diagnóstico fechado, fui informado que a cura só seria possível com um transplante de medula óssea e até isso acontecer tive que tomar remédios diariamente.
Em agosto de 2016, recebi a grande notícia de que havia um doador compatível, e meu transplante foi realizado no dia 17 de novembro de 2016 no Hospital Amaral Carvalho em Jaú. Depois disso, voltei a praticar esportes, fazer musculação e corridas de rua. Em 2018, fui chamado para o Time Brasil Atletas Transplantados e até então já participei do Transplant Games of America, dos Jogos Latino-Americanos para Transplantados, dos Jogos Brasileiros para Transplantados e das Olimpíadas dos Transplantados, conquistando ao todo mais de 40 medalhas.
Então, senti que havia chegado a hora de um novo desafio: o Desafio 800 Sangue Bom! Vou correr e pedalar (duatlo) 800km (a distância entre Campo Grande e Jaú, passando por Presidente Prudente). A escolha dessas cidades não é à toa. Moro em Campo Grande/MS desde 1972.
Nasci em 1964 em Presidente Prudente/SP e renasci em 2016 em Jaú/SP onde foi realizado meu transplante de medula óssea. O intuito é criar uma ligação entre a cidade em que nasci e finalizar na cidade onde renasci.
O objetivo principal é celebrar minha vida e assim chamar atenção para a importância da solidariedade através da doação de sangue e do cadastramento de doadores de medula óssea. O percurso sairá de Campo Grande no dia 15/06 e chegará no Hospital Amaral Carvalho no dia 28/06, data em que completo 57 anos. Durante o caminho o propósito é também organizar campanhas de doação de sangue e de cadastramento de novos doadores de medula óssea nessas cidades.
Vamos juntos nessa?
Carlos Alberto Rezende é biomédico, professor de Biologia do Ensino Médio e presidente do Instituto Sangue Bom.