Em 2006, por meio de uns exames de rotina, descobri que era portador da Hepatite C. Esse diagnóstico abalou a mim e toda minha família. Aí veio a minha angústia, meu sofrimento e as dúvidas.
Mas fomos à luta atrás de recursos na esperança de uma cura. Começamos com consultas, exames, tratamentos alternativos e medicações especiais sem um resultado positivo.
Tinha febre, dores musculares, Ascite (barriga d’água), Encefalopatia (inflamação no cérebro) e sangramentos no esôfago, obrigando-me a passar por várias internações de emergência.
Chegou um momento que a Hepatite se agravou: sentia cansaço, falta de apetite, barriga inchada e fiquei todo amarelo.
Como se não bastasse o sofrimento pelas limitações impostas pela doença surgiu a notícia de que o transplante seria o único tratamento que poderia proporcionar uma melhora a minha saúde.
Então, desanimado, cansado e com a minha vida parada, na esperança de receber um remédio milagroso, tive que encarar a realidade e perder o medo de uma cirurgia de grande complexidade.
Fui cadastrado na fila de espera por um fígado. Conheci a angústia da fila aguardando um fígado compatível ao meu organismo, senti o medo da morte, pois o futuro passou a ser incerto.
Após 5 meses, o telefone tocou quando eu estava internado por causa das Encefalopatias. Do outro lado da linha, a Assistente Social da Comissão de Transplante disse que havia um fígado compatível!
Foi muita alegria euforia, choro e esperança de vida!
Meu transplante foi realizado em 2009!
Hoje sou renascido por causa de uma doação de órgãos! Hoje estou vivo e transplantado, estou feliz por ter retornado para minha família e para a sociedade. Ganhei uma nova chance de viver.
Foi a maior experiência da minha vida, admiro muito as famílias que doam órgãos. Penso e lembro muita da família do meu doador. Obrigado pelo SIM, obrigado, meu anjo doador. Tenho gratidão eterna!
Jorge Santos é transplantado de fígado há 12 anos, é de Passo Fundo-RS e tem 63 anos. É um ativista que divulga e incentiva a doação de órgãos.