Duda nasceu prematura de 6 meses com um entupimento no canal que liga o rim até a bexiga. Só pude ver minha filha 2 dias depois do nascimento com quadro grave. Os médicos vieram a mim dizendo que ela nasceu com uma série de más-formações na parte urinária. Se Duda sobrevivesse teria que passar por diversas cirurgias.
A partir desse dia, jurei a Deus que levaria meu bebê embora para casa e dedicaria minha vida a ela. Passaram 45 dias. Às 4 horas da manhã, recebo um telefonema avisando que minha filha teve uma parada e estava intubada. Corri para o hospital e clamei de joelho. Deus me honrou, os dias passaram, Duda melhorou e viemos embora.
Começou a nossa luta, várias idas aos médicos. Com 2 anos, veio o diagnóstico que o rim direito necrosou. Ao todo foram 16 cirurgias.
Duda, já com 10 anos, amanheceu inchada, levei a para o hospital. Ela teve uma insuficiência respiratória devido à piora do quadro.
O que eu temia aconteceu: a HEMODIALISE.
Foram 21 dias no CTI com quadro estável, tivemos alta e Duda começou a fazer hemodiálise em uma clínica. Foram 9 meses de muitas infecções e troca de cateter. Estávamos no olho do furacão da pandemia.
Eu, meus 2 filhos e meu marido começamos a fazer os exames. Apenas meu marido era compatível, e ele precisaria perder 10kg, mas não foi necessário ele doar o rim para ela.
Pois, em novembro de 2020, estávamos na hemodiálise e Duda me perguntou o que ela iria pedir para o Papai Noel, eu logo disse: “FILHA, SEU RIM”. Meu celular tocou, era o médico avisando que o “rimzinho” dela estava a caminho. Uma família doou.
A cirurgia foi um sucesso, depois de 21 dias no CTI, fomos para o quarto e,11 dias depois, viemos pra casa.
Por isso não deixe de conversar com sua família sobre o assunto. A doação de órgãos precisa ser pauta de conversa desde cedo com nossa família e amigos. Precisamos fortalecer a cultura doadora no nosso país!
Vamos juntos! Diga SIM A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS!
Maria Eduarda é transplantada de rim há 1 ano.