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GRAÇAS A UM SIM DE UMA FAMÍLIA PUDE VOLTAR A SONHAR- Por Hayza Villar

O diagnóstico da Atresia de Vias Biliares (doença que faz com que a bile não consiga sair do fígado para o intestino, logo, ao invés da bile digerir comida no intestino, ela volta e começa a digerir o fígado!) chegou aos meus pais quando eu tinha somente 29 dias de vida.

Um medo surgiu e logo a notícia que uma cirurgia chamada Kasai deveria ser realizada para ganhar tempo para o transplante. A cirurgia foi realizada e considerada um sucesso, os estudos ainda apontavam que o transplante deveria ser realizado, mas não sabiam quando.

Meu quadro estava saudável, fui crescendo como uma criança consideravelmente normal, estudava, brincava, tinha uma rotina diferente pela imunidade baixa e algumas visitas a mais a prontos socorros. Uma simples gripe era caso de correr ao pronto socorro, mesmo assim nada tirava meu sorriso.

Quando adolescente, começaram as pesquisas para uma profissão, veio o vestibular, o primeiro emprego e a saúde ainda estava bem. O transplante ainda deveria acontecer, porém ninguém sabia quando.

Em 2018, nas minha primeiras férias do trabalho, percebi que estava com uma falta de ar que aparecia com o mínimo de esforço. Corri aos meus médicos e repetimos os exames básicos do fígado, que indicavam que o fígado havia apresentado os sinais para o tão temido transplante. Por mais que eu sempre ouvia dele, o medo tomou conta de mim, tinha chegado o momento que eu tanto temia: o medo da cirurgia, o medo de informar o meu diagnóstico aos meus gestores e todo o processo que vinha pela frente.

Em julho de 2018, meu SIM chegou, graças a uma família que doou sem olhar a quem, eu pude voltar a sonhar e realizar sonhos, pude voltar a trabalhar, terminei a faculdade e hoje meu sentimento é de muita gratidão a Deus e a essa família que apesar do momento pensou no próximo.

Agradeço a todos que me apoiaram em todos momentos em que eu precisei. Doe órgãos salve vidas!

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