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Meu nome é Gislaine, sou mãe de dois filhos, Mateus, 20 anos e Joana, 17.
No dia 06 de maio, que era pra ser um dia normal, saímos pro trabalho e minha filha ficou em casa sozinha, estudando. Perto das 12 horas nossa casa de três pavimentos pegou fogo rapidamente, começando no segundo piso. A Joana estava no terceiro piso, sendo que a única saída possível ficou sendo uma janela que dava para telhado da sacada. Os vizinhos estavam ajudando, colocaram uma escada, mas ela escorregou e caiu no pátio do vizinho, de uma altura de quase dez metros.
Quando cheguei ela estava sendo socorrida pelos bombeiros, foi encaminhada pro HPS mas não resistiu e foi a óbito no dia seguinte. Nem preciso dizer que esses foram os piores momentos da minha vida, mas até de uma tragédia dá pra tirar algumas coisas boas.
Sempre deixei claro pra eles que sou doadora de órgãos, que quando eu morresse era pra ser respeitada a minha vontade. Depois de constatada a morte cerebral, não tinha mais nada a fazer a não ser doar os órgãos para que algumas partes dela continuassem a viver. Mesmo num momento difícil, percebi que minha filhinha não partiu em vão, ela beneficiou 8 pessoas: fazendo felizes um pai, mãe ou um filho e em consequência, suas famílias e seus amigos.
Deixo aqui meu relato para que, de alguma maneira, possa ajudar outras pessoas e me coloco à disposição para qualquer coisa que precisarem.
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