O ato da doação de órgãos é essencial para que sejam realizados transplantes. O maior inimigo do aumento do número de doações é a desinformação. Muito mais que a população leiga, espera-se que profissionais e estudantes da área da saúde tenham conhecimentos claros sobre o tema.
As principais razões para a recusa familiar na doação são apontadas por alguns pesquisadores: a crença religiosa, a espera de um milagre, a não compreensão do diagnóstico de morte encefálica (ME) e a crença na reversão do quadro, o medo da reação dos demais membros da família e o medo do comércio de órgãos.
Os profissionais de saúde são fundamentais para a tarefa de esclarecimento dessas dúvidas junto às famílias e às comunidades. Sendo assim, é esperado que temas relacionados a transplantes e doação de órgãos façam parte dos currículos dos cursos da saúde, inclusive na Medicina. Mas quase totalidade dos demais cursos de medicina no país, não conta com disciplina específica sobre transplante de órgãos.
Cientes da relevância dessa temática, alunos e professores do Curso de Medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas-SP, criaram a Liga de Transplantes de Órgãos e Tecidos, que promove aulas, palestras, atividades na comunidade, seminários, estágios e produção científica sobre este assunto.
O conhecimento sobre o assunto aumenta conforme os alunos progridem no curso, sendo significativamente maior entre alunos do 5º e 6º anos, quando comparados a alunos dos anos iniciais. A consciência sobre a importância do conhecimento acerca do tema de transplantes de órgãos e o desejo de que este assunto conste de disciplinas regulares dos curso de medicina foi apontado por quase 90% dos alunos.
Ainda há a necessidade de maior dedicação na formação de profissionais de saúde e na educação da população leiga em assuntos relacionados ao transplante de órgãos. A doação de órgãos é um ato de extrema compaixão e amor ao próximo por parte de pacientes e familiares.