Todos somos vítimas de nossa própria história, de tudo que não escolhemos. Como, onde nascemos, nossa herança genética, cultural ou financeira e, inclusive, nossos pensamentos.
Também somos vítimas dos talentos que temos e dos que não temos.
Podemos ser vítimas da família e da escola que não escolhemos ou da nossa constituição corporal, por exemplo.
Por outro lado, podemos tomar responsabilidade por isso tudo, parar de remar contra a maré, pois partir de onde viemos não nos define. Não precisamos fazer uma força tremenda para não aceitar do que realmente somos vítimas.
Se formos capazes de aceitar o que não podemos mudar, talvez relaxemos essa pressão interna e externa.
Ser vítima e ser responsável não são opostos, é a forma evolutiva da vida. Pois quando tomamos responsabilidade por quem nós somos, acalma-se o nível de exigência e assim podemos eleger ações concretas em busca do nosso bem-estar. Podemos desenvolver novos hábitos, novos estados emocionais e mentais, e até uma nova postura corporal.
Há uma grande diferença entre sermos vítimas do que não escolhemos e nos vitimizarmos. Esse é um lugar emocional que reduz muitas possibilidades de viver com bem-estar.
Eu fiz um transplante renal há 7 anos. Considero-me vítima da doença genética que herdei, por outro lado, escolho ser responsável por desenvolver novos hábitos para cuidar da minha saúde e bem viver junto aos que amo. Escolho apoiar essa causa tão linda da doação de órgãos que salva vidas!
Convido você a uma profunda reflexão:
O que realmente limita o seu ser que lida no dia a dia com as situações da vida?
Do que você é vítima e o que não consegue aceitar sobre isso?
Do que você precisa tomar responsabilidade e fazer escolhas para viver uma vida mais significativa e realizadora?
Sempre há oportunidade de transformar a crise da alma em uma jornada da alma – atravessar o umbral entre a antiga vida para uma nova vida com novos sentidos e prazeres.
Boa viagem!
Silvana Baccin é transplantada de rim há 7 anos e Coach Ontológica.