Há alguns anos vivenciei com a minha sobrinha Pâmella uma história cheia de emoção. Sempre convivi com ela, mas por essas voltas que a vida dá passamos a não conviver todos os dias como de costume quando ela tinha cerca de 12 anos até que ela adoeceu. Lembro-me de olhar para ela numa cama do hospital, ela brilhava de tão inchada que estava. Ficamos sabendo que ela tinha uma doença autoimune muito rara e que por isso mal sabiam como tratar. Os rins foram atingidos e pararam de funcionar. A partir daí, foi um sofrimento só. Transplante era algo fora de cogitação devido à doença autoimune naquele momento! Até que um belo dia, recebemos a notícia de que seria possível o transplante.
Entrei em contato com a nefrologista que cuidava do caso dela e me prontifiquei a fazer todos os exames porque queria ser a doadora dela! A partir desse momento, nossa história recomeçou de uma maneira linda. A cada exame, cada teste, aproximava-nos mais e assim fomos nos unindo em alma até que finalmente nos ligaram e disseram que nossos exames estavam perfeitos! Saber que éramos compatíveis foi um presente!
Lembro como se fosse hoje, a felicidade não cabia no peito! Sabe a sensação de uma viagem que você vai fazer no dia seguinte e não vê a hora de acordar? Foi assim que eu me senti, como se estivesse me preparando para uma viagem muito esperada. Foi tudo lindo e deu tudo certo. Quando ela desceu para o quarto um dia depois, choramos abraçadas e a emoção tomou conta dos profissionais também.
Sempre digo que me realizei como ser humano nesse dia. Somente quem já passou por isso vai entender. A alegria de olhar para uma pessoa e saber que tem um pedaço seu dentro dele e que isso está fazendo com que ela viva melhor, não há nada no mundo que se compare! Faria tudo novamente e se pudesse doaria mais vezes. Essa experiência vou levar para sempre comigo.
Hoje somos mais unidas e sempre relembramos com alegria do nosso agosto de 2012.