Foram quase 12 anos de cuidados com uma doença crônica e com todo mal que ela havia causado ao meu coração.
Medicamentos (muitos medicamentos), procedimentos hemodinâmicos, aposentadoria, cirurgias, cheguei até ser objeto de pesquisa científica. Precisavam saber como, com tão pouca idade, eu já apresentava sintomas que eram muito graves para a doença de chagas.
Mas preciso dizer uma coisa para vocês: sempre fui forte e nunca permiti que tudo isso tirasse meu chão, muito pelo contrário, lidava com a situação com leveza e, principalmente, gratidão.
Gratidão pelos momentos vividos naquela fase de minha vida, por viver mais dias com minha mãe e ter podido assistir de perto o crescimento do meu filho, na época, com 2 aninhos de idade, hoje um rapaz de 19 anos e lindo por dentro e por fora!
Gratidão até mesmo pelas dores que me fizeram crescer espiritualmente, aproximando-me ainda mais de Deus e pelas conquistas obtidas no caminho com os tratamentos.
Tudo, absolutamente tudo serviu de aprendizado para eu ser a pessoa que sou hoje.
Mas a maior gratidão veio no dia 27 de outubro de 2015, quando com um quadro gravíssimo de insuficiência cardíaca, fui submetida a um transplante cardíaco.
Quando eu achava que era o fim de tudo, pasmem, a gratidão por cada segundo vivido até aquele momento era constante.
Mas não era o fim e havia um motivo para que não fosse. Sabem qual? O SIM para a doação de órgãos que chegou exatamente 7 dias após eu entrar para a fila de transplante.
Que benção! E como não respirar, falar e viver a gratidão depois de tudo isso que passei?
Gratidão pelo ontem, pelo hoje e pelos dias que ainda virão.
A gratidão é o que move o coração, e um coração grato é um coração feliz.
Meu coração é feliz!
Elaine Gomes é transplantada cardíaca há 6 anos e 2 meses.