Parece que foi ontem quando comemoraram meu aniversário, quer dizer, o meu “novo” aniversário.
Era 02 de julho de 2016, faziam exatos quinze dias desde o famoso “D0” que fora o dia do transplante. Foi nesse D0 que recebi a ligação do padre Lucio Cesquin para rezar uma parte do Terço no programa de televisão. Só imagino o quanto fiquei animada naquele dia (e levemente sonolenta com as gotinhas de benadryl).
Já no meu D15, coincidia com meu aniversário de vida. E lembro da enfermeira cutucando bem de leve com um pequeno bolo na mão, dessa vez não era uma seringa. “Parabéns”, disse ela. “É o terceiro dia que os neutrófilos se sustentaram bem dessa vez “.
Na época, ainda eram necessários 3 dias para que fossem considerados uma pega. Fiquei tão extasiada!!! Ao mesmo tempo em que sentia que tinha sido roubado meu motivo de ter dois aniversários no ano.
Os amigos vibraram com a notícia mesmo de longe. Lá no Ceará, o bolão dos que apostaram que minha pega ia acontecer no dia 15 fora dividido com dois amigos e meu hematologista (este último não era nem um pouco surpreendente ter acertado).
E sim, cada história de pega é única, especial. E todos os anos, quando chega nessa mesma data, lembro do bolo, das apostas, do terço e de todo o sentimento que fora colocado nos cartazes e nos parabéns. Renascer é realmente incrível.